18/06/2011

O que fazer quando um parente ou amigo pede dinheiro?

Você estava tomando sua cerveja tranquilamente no churrasco de família quando seu cunhado apareceu e, depois de uma conversa bastante estranha, pediu dinheiro emprestado para pagar algumas contas. Ou estava fazendo compras no shopping quando sua melhor amiga, alegando que aquela promoção de uma grife famosa é imperdível, pediu seu cartão de crédito para comprar mais um par de sapatos.
Você estava tomando sua cerveja tranquilamente no churrasco de família quando seu cunhado apareceu e, depois de uma conversa bastante estranha, pediu dinheiro emprestado para pagar algumas contas. Ou estava fazendo compras no shopping quando sua melhor amiga, alegando que aquela promoção de uma grife famosa é imperdível, pediu seu cartão de crédito para comprar mais um par de sapatos.

“Se você não consegue dizer não sozinho, uma alternativa é colocar a “culpa” em seu cônjuge, alegando que não quer ter problemas em casa”, diz o professor do curso de Administração do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Wilson Pires. Em geral, essa justificativa costuma funcionar, embora a fama de bruxa ou de miserável acabe por recair sobre quem “impediu” a transação.
Mas, se nem mesmo essa desculpa funcionar, vale apostar em uma conversa franca e direta. Afinal, trata-se do seu dinheiro, ressaltam os consultores. O funcionário público Márcio Branco, que já emprestou dinheiro para amigos em três ocasiões diferentes, não se sentiu constrangido ao recusar outros pedidos semelhantes. “Se a pessoa toma a liberdade de falar com você sobre o assunto, ela tem que estar preparada para ouvir a resposta, seja positiva ou não”.
Branco recebeu, sem dificuldades, todos os valores que emprestou. Mas, sabe que não existe maneira mais fácil de perder um amigo ou entrar em conflito com um parente que emprestar dinheiro. “O risco de levar um prejuízo é grande”.
Pagamento em dia é exceção
A secretária Vanessa Gotardo sabe bem o que é isso. Em 2004, ela emprestou R$ 600 para uma amiga de muitos anos que, aos prantos, lhe pediu dinheiro depois de ter sofrido um assalto. O pagamento, conta Vanessa, seria feito tão logo ela equilibrasse as contas. Mas, o tempo foi passando sem que a amiga fizesse qualquer referência ao empréstimo. Um dia, se encontrarem por acaso. “Elogiei os sapatos novos dela, sem sequer pensar no dinheiro que ela me devia. Foi um constrangimento. Ela ficou muito brava e se defendeu, dizendo que precisava comprar sapatos assim como qualquer outra pessoa”.
Depois desse episódio, as duas se afastaram de vez e Vanessa perdeu não apenas a amiga como também os R$ 600. “O que mais me incomodava era o fato de não receber nenhuma justificativa dela sobre o não pagamento. Afinal, o fato de ter o dinheiro disponível para o empréstimo não significava que esses recursos não fariam falta para mim”.
São casos como o de Vanessa que levam os especialistas em finanças pessoais a aconselharem que ninguém entre em uma situação semelhante. Mas, se negar o pedido é uma alternativa fora de cogitação por motivos pessoais, vale a pena tomar alguns cuidados.
Pedir garantias é o primeiro passo para reduzir as chances de tomar prejuízos nos negócios com parentes e amigos. Se você aceitou atender a um pedido, o outro lado também tem que estar disposto a cooperar, afirmam os consultores. “Existe uma cultura no Brasil de que, se você pede uma garantia em operações desse tipo, está duvidando da palavra e do caráter da outra pessoa. O apelo emocional é muito grande”, diz Calil.
Nesse caso, o recomendado é ignorar o tom dramático do pedido e insistir no acerto de uma garantia de pagamento, que pode ser um cheque, um contrato de confissão de dívida, uma promissória ou até mesmo um bem. Via de regra, as pessoas que não aceitam garantias são justamente as que vão dar problemas, alerta o educador. “Quem não quer se comprometer com o pagamento está pré-disposto a dar o calote”.

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