26/06/2011

Há 100 dias, Kadafi zomba da Otan e se mantém no poder


A intervenção militar ocidental na Líbia, que  já começou confusa, completa 100 dias com uma coleção de fracassos. A operação, cujo comando passou para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em  27 de março, já matou diversos civis, teve inúmeros casos de fogo amigo, provoca uma divisão interna entre os membros da aliança e o pior: até agora não conseguiu tirar o ditador Muamar Kadafi do poder. Com a série de trapalhadas, a credibilidade da Otan e dos países que apoiaram a ação de maneira enfática, como a França e a Grã-Bretanha, fica em xeque. “Não acho que a Otan vá entrar em colapso, mas pode se tornar irrelevante”, disse ao site de VEJA o historiador Lawrence S. Kaplan, docente da Universidade de Georgetown. 
Quando as Nações Unidas emitiram a resolução 1973, em 17 de março, autorizando uma intervenção militar para proteger os civis que eram duramente reprimidos por Kadafi, imaginava-se que a operação seria rápida e simples. Contudo, 4.613 bombardeios e três meses depois, a Otan se vê diante de mais complicações do que esperava enfrentar. A começar pela permanência de Kadafi no poder, apesar de ele nunca ter contado com um Exército forte e leal e de toda a pressão externa. “Uma das maiores dificuldades da Otan é encontrar Kadafi. Ele muda de lugar com tamanha frequência que é difícil conseguir informações de inteligência com a mesma rapidez”, explica Stan Sloan, ex-conselheiro sênior do Congresso americano em políticas de segurança internacional e autor do livro Permanent Alliance?: NATO and the Transatlantic Bargain from Truman to Obama (Aliança Permanente? Otan e a barganha transatlântica de Truman a Obama, Continuum Books

Nenhum comentário:

Postar um comentário