13/06/2011

A vida depois da queda Um escândalo nem sempre é suficiente para ser banido do cenário político; conheça o destino de envolvidos em grandes casos de corrupção






"Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta". A frase do assessor do ex-presidente Kennedy, o filósofo americano John Kenneth Galbraith, não poderia ser mais oportuna à realidade brasileira. Por aqui, o perdão a práticas corruptas é habitual. A história recente traz inúmeros exemplos de figurões que se envolveram em grandes escândalos e pouco depois receberam um salvo-conduto. O ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci é um deles. Aprontou, caiu em 2006 e voltou ao poder em 2011. Desta vez, seus poderes no governo duraram menos de seis meses.
Para o historiador da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) Marco Antonio Villa, o Brasil não tem tradição em punir quem é pego em algum caso de corrupção. "A falta de memória é uma infeliz característica de nosso país", destaca. "O político brasileiro sabe que existe a impunidade para eventuais crimes que ele pode cometer e não há uma preocupação central com seu comportamento”.
Villa ressalta que nos Estados Unidos, por exemplo, os políticos costumam perder seus poderes por motivos bem menos graves que os casos conhecidos no Brasil. O exemplo mais recente é o do deputado Anthony Weiner, que está prestes a ter o mandato cassado por ter espalhado uma foto de cueca na internet.
No cenário político brasileiro, mesmo aqueles que perdem seu lugar acabam voltando pela porta da frente - ainda que isso demore mais de uma década, como no caso do ex-presidente Fernando Collor. Para o historiador da Ufscar, porém, corruptos reincidentes não têm garantia de voltar ao poder. “O eleitor pode até perdoar a primeira vez, mas esse perdão tem limite e a terceira chance dificilmente é dada”

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